Resumo:
O artigo apresenta uma abordagem teórica da arquitetura efêmera, considerando que a mesma possui características particulares que diferem substancialmente das formas mais perenes e estáveis de construção. Enfocamos em especial sua relação com o sítio onde ela se estabelece, a partir de três frentes de ataque. Na primeira, o reconhecimento da constituição escalar do ambiente construído, dos objetos que habitam tais escalas e as condições de sua autonomia e dependência frente ao meio e às redes técnicas e de serviços. Na segunda, a relação entre objetos e ações por meio do conceito de sinomorfia, como se dá a reversibilidade de uso dos espaços construídos, a condição fragmentária e heterogênea do ambiente efêmero e a sua eterialização. Na terceira, por fim, em consonância com as categorias empregadas nas investigações anteriores, a situação da preexistência, a condição de sua subsistência e persistência, e uma tipologia dos sítios a partir da conexão funcional com a construção temporária, dada a eterialização crescente do meio – e sua dependência das redes técnicas e de serviços – e o conhecimento e preocupação com os ciclos naturais.