Resumo:
Trata-se de pesquisa em poéticas visuais, na qual se toma como principal ponto de partida o formato livro como objeto plástico e dispositivo de participação, visando criar,
recriar, transgredir e expandir a ideia de Livros, com diferenciados formatos, funções,
tamanhos e materiais para compor as Bibliotecas Caravelas. Essas Bibliotecas dão fluxos a criações artísticas pessoais e coletivas, quando e onde cada fluxo expandese em outros, seguindo como referência um híbrido entre imagens da zoologia e da botânica, ao unir as características comunitárias das caravelas marinhas e as estratégias de crescimento de uma planta pertencente à ordem das Passiflorales: o
maracujazeiro, usado como matéria, imagem e método na construção dos Livros. Desse modo, as imagens-método da pesquisa fundamentam o Princípio da Expansão, como dominante, e os Princípios da Multiplicidade e da Colaboração nela implicados e dela derivados, utilizando-se a cartografia para registrar fluxos e espaços ocupados, regidos pela criação de dispositivos, objetos e propostas deflagradoras de ações
artísticas individuais e/ou coletivas explorando técnicas e meios diversos. A pesquisa inspira-se no diálogo com pensadores e artistas, tais como: Artur Barrio, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Hélio Oiticica, Italo Calvino, Jorge Larrosa, Sandra Rey, Sonia Rangel, Virgínia Kastrup, Paulo Bruscky, coletivo Poro, entre outros, buscando conexões em aspectos conceituais, metodológicos e operatórios, em trabalhos e poéticas com a
elaboração de livros de artista e/ou práticas colaborativas. Pelas características das
propostas realizadas com produção, registro e expansão criativa em processos compartilhados pela Internet, são incluídos ao longo da tese hiperlinks, bem como as sete seções expandem-se em dois formatos de narrativa: desenhada e escrita.