Resumo:
Objetivo: Avaliar a resposta terapêutica e produção de citocinas inflamatórias de
pacientes com leishmaniose cutânea (LC) no tratamento com uma droga
leishmanicida associada a imunoterapia tópica. Métodos: 1. No 1º ensaio clínico, 36 pacientes com LC e 14 pacientes com leishmaniose
cutânea recente (LCR) foram randomizados em dois grupos terapêuticos e
tratados com antimonial pentavalente (Sbv) associado ao Derivado do
Immucillin de 4ª Geração (DI4G) de uso tópico ou com o antimonial
pentavalente associado ao placebo tópico. A determinação da produção de
IFN- por células mononucleares do sangue periférico de pacientes com LC foi
realizada pela técnica de ELISA nos dias 0 e 15.
2. No 2º ensaio clínico, 48 pacientes com LC foram randomizados em 03 grupos
de tratamento: Miltefosina (MF) associada ao Fator Estimulador de Colônias de
Granulócitos e Monócitos (GM-CSF), MF associada ao placebo tópico, e
antimonial pentavalente. A determinação da produção de IFN-, TNF -α, IL-10
e IL-1β por células mononucleares do sangue periférico de pacientes com LC
foi realizada pela técnica de ELISA nos dias 0 e 15.
Resultados: O Ensaio clínico 1 não evidenciou diferenças no desfecho terapêutico
entre o grupo que usou DI4G associado ao Sbv com o grupo controle que usou placebo
associado ao Sbv nas duas formas clínicas. A taxa de cura final em ambos os grupos
nos pacientes com LC foi 56% (p=1,0). A cura final nos pacientes com LCR foi 29%
no grupo DI4G e Sbv e de 57% no grupo placebo (p=0,2). O DI4G na concentração
de 2% administrado por via tópica na lesão cutânea por 20 dias associado ao
tratamento com Sbv não interferiu na produção de IFN- por células mononucleares
do sangue periférico de pacientes com LC nos dias 0 e 15. O Ensaio clínico 2 mostrou uma maior taxa de cura dos grupos MF+ GM-CSF
(82%) e MF+ placebo (77%) quando comparados ao grupo Sbv (36%) (p=0,013). A
necessidade de tratamento de resgaste foi mais alta no grupo Sbv (64%) quando
comparada aos grupos MF+ GM-CSF (12%) e MF+ placebo (24%) (p=0,008). Houve um aumento significativo da produção de IL-1β em todos os grupos, MF+GM-CSF
(p=0,03), MF+ Placebo (p=0,03) e Sbv (p=0,01), durante o tratamento.
Conclusões: 1. O DI4G associado ao Sbv não é superior ao Sbv isolado na terapia da
LC e da LCR. 2. A Miltefosina é mais eficaz que o antimonial pentavalente no
tratamento da LC por L. braziliensis em Corte de Pedra-BA.
3. O uso tópico do GM-CSF associado a Miltefosina não é superior a Miltefosina
isolada na terapia da LC por L. braziliensis.