Resumo:
Objetivo: Investigar os efeitos da terapia nutricional enteral (TNE) precoce e da oferta calórico-proteica inicial nos desfechos clínicos de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs) de um hospital geral do Sudoeste Baiano.
Métodos: Coorte prospectiva realizada nas UTIs entre março e novembro de 2018, com triagem e avaliação nutricional dos pacientes, os quais foram agrupados segundo o início da TNE: 1) precoce, quando a dieta foi iniciada nas primeiras 48 horas de admissão e 2) tardia. Os pacientes foram acompanhados até a alta da UTI ou óbito e foram avaliados quanto ao tempo de internação em UTI, tempo de ventilação mecânica e mortalidade. Foram realizadas análises de regressão linear simples e múltipla e de regressão logística binária. Foi usado o software estatístico SPSS, versão 21.0.
Resultados: Foram incluídos 88 pacientes no estudo, dos quais 85 apresentaram risco nutricional à admissão na UTI. A TNE precoce foi recebida por 67 pacientes, com média de 39±11,69 horas para o seu início e variação significativa em relação ao período de início da TNE tardia (77,76±32,112 horas), mas não houve associação com os desfechos clínicos avaliados. As médias de energia e proteínas recebidas nos três primeiros dias de internação foram significativamente maiores no grupo TNE precoce (p=0,000), as quais se associaram com maior tempo de permanência em UTI e de ventilação mecânica.
Conclusão: A TNE precoce não se associou aos desfechos clínicos de pacientes críticos, mas a quantidade aumentada de energia elevou os tempos de permanência em UTI e de ventilação mecânica.