Resumo:
Este trabalho foi o resultado de uma pesquisa-ação realizada numa instituição para o atendimento a adolescentes em situação
de risco social e pessoal, entre 10 e 18 anos de idade, através de observação participante em dois grupos de vinte participantes
ao longo de sete meses. Pretende-se aqui demonstrar, através dos resultados e discussão, as mudanças na dinâmica interativa dos
adolescentes entre si e com os educadores, no que diz respeito a duas categorias: tipos de interação e recursos pessoais
construídos, a partir de uma breve caracterização de suas concepções sobre risco-proteção, concepções sobre si mesmos e
projetos de vida. Privilegiou-se o modelo ecológico do desenvolvimento humano e o modelo multifatorial do risco para a
compreensão dos processos sinergísticos e bi-direcionais de co-construção e co-regulação. Os resultados apontam para modificações
significativas efetivadas a partir de uma intervenção da natureza da que foi realizada e a repercussão em direcionamentos
positivos no processo desenvolvimental dos adolescentes. Salienta-se a importância de se otimizar e construir espaços de
convivência, oportunizando aos adolescentes engajarem-se em ações pró-sociais e encontrarem rotas alternativas a suas trajetórias
de risco.