O presente estudo aborda as relações entre a pesca e o fluxo de visitantes enquanto modo de construção da pessoa no povoado de Moreré, situado na Ilha de Boipeba. O eclético e versátil domínio técnico de distintas modalidades de pesca é analisado a partir das suas formas de subjetivação, habilidades, modos de socialidade (formas de reciprocidade, organização do espaço doméstico, etc.) e de seus percursos de aprendizagem e engajamento social em uma perspectiva monográfica. A construção do pescador é percebida a partir de suas associações com outros humanos, artefatos, animais e ambiente de modo geral, e analisada dialogicamente com relação à construção do próprio antropólogo, imerso em determinados fluxos e domínios técnicos específicos desenvolvidos ao longo de sua trajetória de aprendizado, e pondo-os em comunicação à medida que executa seu trabalha. O texto procura refletir o caráter sazonal do povoado e instigar discussões contemporâneas sobre pesca e sobre as peculiaridades de tal prática em um local cuja dinâmica integra um movimento constante e crescente de turistas.
This study deals with the relationship between fishing and visitor flow as a way of building the person in the village of Moreré, located on the island of Boipeba. The eclectic and versatile technical domain of different fishing modalities is analyzed based on their forms of subjectivation, skills, modes of sociality (forms of reciprocity, organization of the domestic space, etc.) and their learning pathways and social engagement in a Monographic perspective. The construction of the fisherman is perceived from its associations with other humans, artifacts, animals and the environment in general, and analyzed in a dialogical way in relation to the construction of the anthropologist himself, immersed in certain flows and specific technical fields developed during his formation, and putting them in communication as you perform your work. The text seeks to reflect the seasonal character of the village and instigate contemporary discussions about fishing and the peculiarities of such practice in a place whose dynamics integrates a constant and growing movement of tourists.