Resumo:
Objetivo: Descrever a frequência dos sintomas otoneurológicos e alterações auditivas na população ambulatorial de indivíduos
com Esclerose Sistêmica (ES), bem como a relação destes com o tempo da doença. Metodologia: Trata-se de uma série de casos
de indivíduos com diagnóstico de ES, acompanhados no Serviço de Reumatologia do Complexo Hospitalar Universitário Prof. Edgar
Santos, da Universidade Federal da Bahia. Coletaram-se os dados sociodemográficos, de estilo de vida e sintomas otoneurológicos por
meio de entrevista, seguida de avaliação audiológica básica. Resultado: Dos 40 indivíduos acompanhados no serviço, 27 participaram
do estudo, sendo a maioria do sexo feminino. A idade mínima dos casos foi de 21 anos e a máxima, 67 anos. Verificou-se que 26
indivíduos apresentavam pelo menos uma queixa otoneurológica, sendo mais frequente o relato de tontura. Dos 27 indivíduos, 15
apresentaram perda auditiva de grau e configuração variáveis, sendo a maioria do tipo sensorioneural, com maior comprometimento
das frequências agudas. O tempo médio da doença foi de 11,3 anos e um maior tempo não explica a presença, tipo e frequência
de queixas otoneurológicas e da perda auditiva nesses indivíduos. Conclusão: O presente estudo revela elevada prevalência de
queixas otoneurológicas e alterações auditivas em indivíduos com ES e aponta para a necessidade de inclusão de testes auditivos na
avaliação de rotina desses pacientes. Desta forma, a identificação precoce de perdas auditivas e adequada reabilitação da audição
e da comunicação contribuirão para uma melhoria da qualidade de vida de indivíduos acometidos por ES.