Sobre a dimensão trágica de rastros de ódio

Abstract

Esta monografia analisa em que medida o filme Rastros de Ódio, realizado em 1956, com direção de John Ford, pode ser considerado uma obra trágica. O filme foi analisado em três instâncias diferentes e complementares, a saber, enquanto construção especificamente cinematográfica, enquanto narrativa baseada na figura de um herói e enquanto obra de arte adequada à categoria do trágico. Para tanto, baseado na bibliografia especializada de cinema, tentou-se seguir um método de análise fílmica que lhe não lhe contrariasse as orientações e princípios. Como resultado, concluiu-se que a presença do trágico se dá nas três esferas analíticas propostas, e que por esta perspectiva a obra pode ser considerada como um exemplar cinematográfico que dá continuidade à tradição do trágico na história da arte. A presença do trágico foi avaliada a partir das chaves apresentadas por Peter Szondi. O sentido e o alcance da linguagem cinematográfica e seu papel na construção da narrativa fílmica foram analisados a partir da contribuição de Marcel Martin e Christian Metz. O estudo da figura do protagonista como herói trágico e das implicações desta classificação baseou-se na obra de Joseph Campbell e nas concepções de Flávio Kothe.