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Tipo: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: Puberdade precoce central idiopática (PPCI) em meninas: aspectos clínicos e demográficos relacionados ao grupo racial à adesão ao tratamento/
Autor(es): Maia, Nara de Andrade
Autor(es): Maia, Nara de Andrade
Abstract: Identifica-se tendência mundial de aparecimento mais precoce dos caracteres puberais. A idade da menarca, evento marcante no desenvolvimento sexual feminino, sofre influência de hereditariedade, fatores ambientais e socioeconômicos, grupo racial, Índice de Massa Corpórea (IMC), características geográficas e nutricionais. Estudos identificaram que na Bahia, em meninas com diagnóstico de puberdade precoce, o tempo entre o aparecimento dos sinais clínicos e a procura por assistência médica é muito longo. Objetivo: Avaliar as manifestações clínicas de Puberdade Precoce Central Idiopática (PPCI) em meninas segundo o grupo racial e a influência de aspectos socioeconômicos e culturais na adesão ao tratamento. Metologia: Estudo de coorte retrospectivo longitudinal, em que foram avaliados pacientes do sexo feminino com diagnóstico de PPCI (início da puberdade em idade inferior a 8 anos), admitidas no Programa Estadual de Medicamentos de Alto Custo (PEMAC) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), correspondente aos anos de 2011 e 2012. Os dados foram coletados retrospectivamente de 179 prontuários de pacientes que atenderam aos critérios de inclusão. Foram avaliadas as seguintes variáveis contínuas: idade de início da puberdade e das suas manifestações clínicas (telarca, pubarca e menarca) e avaliação antropométrica (peso, altura e índice de massa corporal); e categóricas: história materna de puberdade precoce, grupo racial, renda familiar, escolaridade materna e adesão ao tratamento. O banco de dados e os testes estatísticos foram realizados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS Chicago – IL, versão 10.0, 1998). Resultados: Predomínio do grupo racial não branco (n=134, 75,7%), procedência equivalente da capital (n=90, 50,3%), quanto do interior (n=89, 49,7%). Vinte e nove pacientes (16,2%) referiram puberdade precoce familial, principalmente em não brancas (n=23, 18%). A menarca materna (n=169) ocorreu, em média, aos 12,1 ± 1,5 anos. Globalmente, a média de idade de início da puberdade foi de 6,7 ± 1,4 anos, tendo como principal sinal a telarca; pubarca aos 7,0 ± 1,4 anos e a menarca aos 8,1 ± 1,2 anos. Na consulta que antecedeu o início do tratamento as crianças apresentavam idade de 8,4 ± 1,0 anos, peso (escore z) de 3,1 ± 2,5 DP, estatura de 2,2 ± 1,3 DP (-2,1 – 5,9), IMC de 18,5 ± 3,3 kg/m² e idade óssea 10,7 ± 1,2 anos. O tempo transcorrido entre o aparecimento dos sinais da puberdade e o início do tratamento foi de 1,7 ± 1,1 ano. Já o avanço de idade óssea foi de 2,3 ± 1,0 anos. Foi observada uma distribuição equivalente entre as faixas salariais, variando de 86 a 88% a adesão. Meninas que apresentavam menor escolaridade materna aderiram 100% ao tratamento e aquelas cujas mães tinham maior nível educacional, a não adesão ao tratamento correspondeu a 12%. Tratamento mensal quanto o trimestral apresentaram semelhante adesão, em torno de 80%, e meninas provenientes da capital apresentaram maior adesão, 87%, em detrimento daquelas procedentes do interior (62%). Discussão: Características clínicas e demográficas das pacientes foram semelhantes a outros estudos, independente do grupo racial. A 6 adesão ao tratamento foi considerada elevada (83%). Na avaliação da escolaridade materna, observou-se que 68% da população estudada, independente do grupo racial, apresenta bom nível de escolaridade, não refletindo a escolaridade média da população baiana e indica que o alerta quanto à questão da puberdade precoce está diretamente relacionada com o nível intelectual das famílias. Identificou-se adesão de 100% quando as mães pertenciam aos níveis de escolaridade mais baixos, pois costumam apresentar nível econômico mais baixo e necessitam do Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir sua assistência. Quando os níveis educacionais são mais elevados, possuem maior poder aquisitivo, preferindo o atendimento privado. Meninas provenientes da capital apresentaram maior adesão devido à facilidade de acesso ao serviço, em detrimento daquelas procedentes do interior que apresentam maior dificuldade de acesso a Salvador. Adesão foi similar nos tratados mensal e trimestralmente. Conclusão: O estudo mostrou predomínio do grupo racial não branco, frequência elevada de formas familiais, telarca e pubarca ligeiramente mais precoces no grupo racial não branco, tempo decorrido entre o aparecimento dos caracteres sexuais secundários e o início de tratamento frenador da puberdade são longo, maior avanço de idade óssea no grupo racial não branco. A adesão ao tratamento no SUS independe do grupo racial, do tipo de medicação utilizada e das distintas faixas salariais, mas é maior nas famílias com menor escolaridade e em pacientes oriundas da capital do estado.
Palavras-chave: Puberdade precoce centra lidiopática
Manifestações clínicas
Grupo racial
Aspectos socioeconômicos e culturais
País: brasil
Sigla da Instituição: UFBA
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16822
Data do documento: 17-Dez-2014
Aparece nas coleções:Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Medicina (Faculdade de Medicina)

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