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Tipo: Tese
Título: Os sentidos do espanto ou contribuições para o ensino de filosofia como educação do pensamento: propósitos pedagógicos em Heidegger e Deleuze
Autor(es): Vasconcelos, Paulo Sérgio Dantas
Autor(es): Vasconcelos, Paulo Sérgio Dantas
Abstract: Pretendendo oferecer contribuições para o ensino de filosofia compreendida como educação do pensamento, nossa tese analisa em três momentos os “sentidos” dessa prática a partir da interrogação fundamental: Que Significa Pensar? Na primeira parte promovemos questões que buscam construir sentidos/caminhos de articulações entre filosofia e educação mostrando que a experiência filosófica guarda antes de tudo um sentido de educabilidade do pensamento. Destacamos o aspecto político e a dimensão ética como desafios que emergem do ensino/aprendizagem de filosofia e, do mesmo modo, tratamos do exercício dialético do pensamento como uma reivindicação indispensável para o educar. No encontro com a arqueologia de Foucault, privilegiamos a questão do “cuidar de si” como o elemento terapêuticopedagógico que acompanhou a filosofia em significativa parte de sua história e que julgamos necessário ser preservado em nossa práxis hodierna. Com o “intempestivo” Nietzsche abraçamos os “perigos” e desafios de uma Bildung verdadeiramente transformadora. Propomos igualmente uma didática mais ampla e rizomática para a prática filosófica implicada essencialmente com a educação do pensamento. Na segunda parte desta tese, o sentido faz-se essência do pensar na presença de Heidegger. A tarefa heideggeriana do pensamento convida-nos à “Serenidade”, e impõe em sua gênese a autossupressão da própria filosofia como condição do pensar. No diálogo com Heidegger colocamos a possibilidade de uma “pedagogia do cuidado” ser concebida como proposta de uma experiência educativa do homem. O propósito pedagógico de Heidegger manifesta-se em sua crítica à metafísica e identifica-se com o exercício do “aprender a pensar”. Os passos heideggerianos nos sugerem um ensino de filosofia em que o despertar do educando para o seu próprio pensar não pode ser conciliado com a ideia de transmissão de conteúdos, mas compreendido como um exercício do pensamento poético. No “aprender a pensar” heideggeriano nos colocamos em “correspondência” com o “gravíssimo”, com “o que há de se pensar” que devemos tomar como o “interesse” de nossa práxis. Na terceira parte do nosso trabalho nossa contribuição para a filosofia educativa do pensamento provém das conexões com a “pedagogia do conceito” deleuziana. A criação do conceito traduzindo o sentido/significado do pensar faz o ensino de filosofia assumir a tarefa poética do pensamento. Ao criticar os postulados do pensamento representacional, Deleuze propõe à filosofia linhas de fuga, rizomas, planos de imanência, “intercessores” que promovem aprendizagens, devires. Se os conceitos são criados em função dos problemas encontrados, é porque o pensamento responde sempre àquilo que nos força a pensar: os signos. O aprender é então essencialmente um exercício de decifração de signos porque o pensamento efetiva-se como intensidades e diferença. A filosofia de Deleuze quando interroga o pensamento não é para conduzi-lo à profundidade de questões metafísicas, mas para nos mostrar experimentações outras que surgem desafiando e ensinando nosso pensamento. Concluímos propondo algumas aproximações entre Heidegger e Deleuze, encontrando no pensamento da diferença o ponto de interseção resultante da questão radical do pensamento assumida por ambos.
Palavras-chave: Heidegger
Deleuze
Educação
Pensamento
Filosofia da Diferença
Éducation
Pensée
Philosophie de la différence
URI: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12989
Data do documento: 2011
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