Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/30993
Tipo: Tese
Título: Da personagem fragmentada a um regime de atuação figural
Autor(es): Brito, Nayara Macedo Barbosa de
Autor(es): Brito, Nayara Macedo Barbosa de
Abstract: A personagem teatral, tal como construída pela tradição dramática aristotélico-hegeliana, já há muito deixou de ser a única configuração de ser ficcional encontrada sobre os palcos. Seu ideal de unidade, sempre buscado e igualmente frustrado ao longo da história do Teatro ocidental, como Levy-Candeias (2012) mostra, é efetivamente condenado pelas dramaturgas e dramaturgos modernos, que, por consequência, deram cabo da personagem tanto no plano ficcional quanto no plano estrutural-dramatúrgico. Embora ela ainda possa se manifestar contemporaneamente, as intervenções realizadas sobre sua configuração tradicional se desdobraram ao longo do século XX e, sob as Forças de isolamento, deformação e dissipação, chegaram a se apresentar, em peças de autoras como Gertrude Stein, Peter Handke, Valère Novarina, Marcio Abreu e Grace Passô que tomamos como objeto de análise, como Figuras, nos termos de Lyotard (1979) e Deleuze (1981). Diante da ausência das bases de apoio que, naquela tradição, asseguravam uma rede semântica com a qual atrizes (leia-se, atrizes e atores) e espectadoras (leia-se também espectadores) poderiam se orientar – a saber, a personagem enquanto uma totalidade acabada, nos termos de Hegel (2004), e a ação dramática organizada enquanto narrativa linear –, que outras bases de atuação cênica são demandadas por essas Figuras? Que desafios elas trouxeram/trazem para o trabalho das atrizes? É a essa investigação, bem como à análise da passagem da personagem aristotélico-hegeliana para a Figura, que se dedica esta tese. Na experimentação prática que também compreendeu nossa pesquisa, confrontamos o texto de Parte IV. A questão da identidade. Uma peça, de Stein (2005), com uma série de técnicas advindas de poéticas ou de pensamentos sobre o teatro que dão ao corpo, em sua materialidade física, uma ênfase que não se percebe nas formas de atuação correspondentes à tradição com a qual cotejamos nosso objeto de estudo. A autonomia da atriz em relação ao texto que essas perspectivas de atuação pressupõem, bem como a ideia de “estados” ou de “qualidades de energia” que atravessa tanto os discursos sobre os textos quanto sobre o trabalho atoral, orientam a reflexão que trazemos ao final.
The theatre character, as constructed by the Aristotelean-Hegelean dramatic tradition, for a while now, has no longer being the only kind of fictional being found on the stage. Its unity ideal, as searched as equally frustrated along Western Theatre`s history, as Levy-Candeias (2012) shows us, this unity ideal is effectively condemned by the modern playwritters, therefore ending the character in both fictional and structural-dramaturgical plans. Although it can still manifest itself contemporaneously, the interventions on its traditional configuration unfolded along the 20th century and, under the isolation, deformation and dissipation’s Forces, resulted, in plays of authors such as Gertrude Stein, Peter Handke, Valère Novarina, Marcio Abreu e Grace Passô – object of our analysis in this theses – in the emergence of the Figures, in Lyotard’s (1979) e Deleuze’s (1981) terms. Faced with this absence of support that, in that tradition, ensured a semantic web in which the actresses (therefore, both actresses and actors) and the spectators could guide themselves – namely, the character as an absolute totality (HEGEL, 2004) and the dramatic action organized as a linear narrative –, what other acting basis are demanded by these Figures? What challenges they have brought or bring to the actresses’ craft? It is to this investigation, as well as to the analysis of the transition between the Aristotelean-Hegelean characters to the Figures, that this thesis engage. In the practical experiment that our research also covers, we confronted the text of Part IV. The question of identity. A play, by Gertrude Stein (2005), with a series of techniques stemming from poetics or thoughts on theatre that give to the body, in its physical materiality, an emphasis not seen in the acting conventions related to the tradition we collated with our object of study. The actress’ autonomy in relation to the text theses acting perspectives presuppose, as well as the idea of “states of being” or “energy qualities” that cross the discourses about the texts as much as the ones about the actorial labor, guide the reflection that we bring at the end.
El personaje teatral, tal como la construye la tradición dramática aristotélico-hegeliana, ya hace mucho nos es la única configuración de ser ficcional encontrada en el escenario. Su ideal de unidad, siempre buscado e igualmente frustrado en lo decurso de la historia del Teatro occidental, como Levy-Candeias (2012) nos presenta, es efectivamente condenado por las dramaturgas y dramaturgos modernos, que, en consecuencia, exterminó las personajes tanto en el plano ficcional cuanto en el plano estructural-dramatúrgico. Aunque él aún pueda manifestarse contemporáneamente, las intervenciones realizadas sobre su configuración tradicional en el decurso de lo siglo XX, especialmente aquellas realizadas sub las Fuerzas de aislamiento, deformación y disipación, les plasmaron, en piezas de autoras como Gertrude Stein, Peter Handke, Valère Novarina, Marcio Abreu e Grace Passô que sacamos como objeto de análisis, en Figuras, en los términos de Lyotard (1979) e Deleuze (1981). Frente la ausencia de las bases de apoyo que, en aquella tradición, aseguraban una red semántica con la cual actrices (léase, actrices y actores) espectadoras (léase también espectadores) podrían orientarse – a saber, el personaje como una totalidad cerrada, en los términos de Hegel (2004), y la acción dramática organizada como narrativa linear –, ¿qué otras bases de actuación escénica son demandadas por esas Figuras? ¿Qué desafíos ellas han metido al oficio de las actrices? Es a esta investigación, así como al análisis del pasaje del personaje aristotélico-hegeliano para las Figuras, que se dedica esta tesis. En la experimentación practica que también comprende la nuestra pesquisa, confrontamos el texto de Parte IV. La cuestión de la identidad. Una pieza, de Stein (2005), con una serie de técnicas provenientes de poéticas o de pensamientos sobre el teatro que dan al cuerpo, en su materialidad física, un énfasis que no se percibe en las formas de actuación correspondientes a la tradición con la cual cotejamos nuestro objeto de estudio. La autonomía de la actriz en relación al texto que esas perspectivas de actuación presuponen, así como la idea de “estados” o de “calidades de energía” que traviesan tanto los discursos sobre los textos cuanto sobre el trabajo actoral, orientan la reflexión que traemos al final.
Palavras-chave: Dramaturgia contemporânea
Figura
Regime de atuação figural
Atriz
CNPq: Artes
País: Brasil
Sigla da Instituição: UFBA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30993
Data do documento: 3-Dez-2019
Aparece nas coleções:Tese (PPGAC)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE VERSÃO FINAL.pdf2,44 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.