É nossa vez: releitura dos contos de fadas a partir do estudo de diferentes perspectivas identitárias

Abstract

Este Memorial Acadêmico apresenta reflexões sobre a pesquisa de caráter etnográfico intitulada “É nossa vez: releitura dos contos de fadas a partir do estudo de diferentes perspectivas identitárias”, efetuada no âmbito do Mestrado Profissional em Letras – PROFLETRAS. Com o intuito de realizar uma intervenção pedagógica, o trabalho partiu da análise da realidade apresentada pela turma 8ºA (2018), do Colégio Municipal Professora Suzana Imbassahy (Salvador, Bahia), na qual detectou-se atitudes e discursos preconceituosos que se remetiam ao padrão heterossexual, masculino, branco, magro, europeu. Diante dessa realidade, foi proposta a releitura dos contos de fadas como possibilidade de os estudantes discutirem e repensarem tais referências, adaptando os contos de magia a suas realidades, ressignificando essas histórias tradicionais na medida em que também afirmavam suas identidades. Defendendo que esse caminho de conscientização passa também pela urgente necessidade de trabalhar produção textual, o projeto apresenta a refacção dos textos e a interlocução durante todo o processo como via efetiva para que os estudantes se apropriem da escrita de forma crítica e criativa. Para subsidiar essa proposta foram utilizadas as reflexões de Marcuschi (2008), Dolz, Gangnon, Decêndio (2010), na medida em que tais autores discutem o ensino por via dos gêneros textuais, colocando-os como instrumento cultural e didático, Antunes (2003, 2017), Camps (2006), Garcez (1998) ao proporem a escrita como uma atividade de refacção e interação, Dalvi (2013) ao refletir sobre o trabalho com o letramento literário, Hall (2003, 2006), Munanga (2005), Pereira (2001, 2007), Adichie (2010, 2017) subsidiando os debates sobre identidades, Freire (1979) pensando sobre a importância da conscientização do processo educacional e Mendes (2000), Tatar (2013), Zipes (1991) na medida em que discutem as origens e peculiaridades dos contos de fadas. Essa pesquisa baseia-se também nos aparatos legais: a lei 11.645/08, o Parecer nº CNE/CP 003/ 2004 do Ministério da Educação e os PCNs (1998).

This Academic Memorial presents reflections on the research of ethnographic character titled "It's our turn: retelling fairy tales from the study of different identity perspectives", developed from the Professional Master's Degree in Literature - PROFLETRAS. With the objective of carrying out a pedagogical intervention, the work started from the analysis of the reality presented by the group 8ºA (2018), from the Teacher Suzana Imbassahy Municipal School (Salvador, Bahia), in which biased attitudes and discourses were detected that referred to the standard heterosexual, masculine, white, skinny, European. Facing this reality, it was proposed to re-read fairy tales as a possibility for students to discuss and rethink such references, adapting magic tales to their realities, recreating these traditional stories, affirming their identities. I argue that this path of awareness also involves the urgent need to work on textual production, presenting the refactoring of texts and the interlocution throughout the process as an effective ways for students to appropriate writing in a critical and creative way. In order to support this proposal, the reflections of Marcuschi (2008), Dolz, Gangnon, Decendio (2010) were used, inasmuch as these authors discuss the teaching through the textual genres, placing them as a cultural and didactic instrument, Antunes (2003 , 2017) by proposing writing as an activity of repair and interaction, Hall (2003, 2006), Munanga (2005), Pereira (2001, 2007), Adichie (2010, 2017) subsidizing debates on identities, Freire (1979) thinking about the importance of awareness of the educational process and Mendes (2000), Tatar (2013), Zipes (1991) insofar as they discuss the origins and peculiarities of fairy tales.. This research is also based on legal devices: Law 11.645 / 08, Legal Opinion No. CNE / CP 003/2004 of the Ministry of Education and PCNs (1998).